Governo proíbe seis marcas de café em 2025: entenda os motivos
O café é um dos símbolos do Brasil, mas nem todas as marcas respeitam as regras de qualidade e segurança alimentar. Em 2025, o governo federal proibiu seis marcas de café e bebidas sabor café. A decisão surgiu após fiscalizações da Anvisa, do Ministério da Agricultura e de órgãos estaduais de vigilância sanitária, que encontraram irregularidades graves em diferentes produtos.
A última proibição, referente à marca Vibe Coffee, apareceu no Diário Oficial da União em 3 de novembro de 2025, marcando mais um alerta para o setor cafeeiro.
Marcas proibidas pela Anvisa
As empresas envolvidas apresentaram falhas variadas, desde contaminação até falsificação de rótulo. Veja a lista completa:
Melissa, Pingo Preto e Oficial do Brasil (junho de 2025);
Café Câmara (setembro de 2025);
Fellow Criativo, da Cafellow (outubro de 2025);
Vibe Coffee (novembro de 2025).
Em alguns casos, os produtos foram chamados de “cafés falsos”, pois continham ingredientes diferentes dos permitidos por lei.
Irregularidades encontradas
A Anvisa detectou motivos distintos para cada proibição, mas todos estavam ligados à falta de segurança alimentar.
No caso das marcas Melissa, Pingo Preto e Oficial do Brasil, as análises revelaram a presença da toxina ocratoxina A, considerada perigosa para o consumo humano. Além disso, as embalagens informavam conter “café torrado e moído”, porém os produtos usavam grãos crus e resíduos de baixa qualidade. O Ministério da Agricultura classificou esses cafés como impróprios para consumo, destacando que alguns lotes continham restos de lavoura.
O Café Câmara apresentou outro tipo de problema. Amostras laboratoriais mostraram fragmentos semelhantes a vidro e origem desconhecida dos grãos. Além disso, as empresas citadas no rótulo não tinham situação regular. Para piorar, o selo de pureza da Abic presente na embalagem era falsificado, o que agravou ainda mais o caso.
O produto Fellow Criativo, da Cafellow, foi retirado do mercado em outubro. O pó para preparo de café em sachê continha extrato de cogumelo Agaricus Bisporus, um ingrediente sem comprovação de segurança alimentar. A Anvisa também apontou alegações enganosas no rótulo, como “controle de insulina” e “redução do colesterol”. Essas promessas não tinham aprovação oficial. O rótulo ainda confundia o consumidor, que podia acreditar que se tratava de café puro.
Por fim, a marca Vibe Coffee enfrentou proibição por falta de licença sanitária, ausência de registro dos produtos e problemas de higiene na fabricação. Durante uma inspeção, fiscais encontraram falhas graves, como ausência de rastreabilidade e condições inadequadas de limpeza. Como resultado, a empresa teve todas as linhas de café suspensas.
Posições das empresas
Após as proibições, algumas companhias decidiram se pronunciar. A Cafellow afirmou que interrompeu voluntariamente a venda do produto e trabalha para regularizar sua situação junto à Anvisa. Segundo a marca, o objetivo é retomar a comercialização assim que possível, seguindo todas as normas exigidas.
A Vibe Coffee declarou que não recebeu notificações formais da Anvisa. Segundo a empresa, ela própria solicitou uma inspeção para obter o alvará sanitário. Depois da visita dos fiscais, a marca suspendeu suas atividades e iniciou reformas estruturais para corrigir as falhas apontadas.
A Duas Marias, responsável pelo produto Melissa, informou que o item não é vendido como café puro, mas sim como uma bebida alternativa, com ingredientes mistos. Já as marcas Pingo Preto, Oficial do Brasil e Câmara não responderam aos pedidos de esclarecimento.
O que diz a lei sobre o café
De acordo com a legislação brasileira, apenas o grão de café pode compor o produto comercializado com o nome de “café”. A lei permite até 1% de impurezas naturais, como pequenas partes de folhas ou cascas, mas proíbe completamente ingredientes estranhos.
Entre os itens proibidos estão milho, trigo, cevada, açúcar, corantes, caramelo e borra de café reutilizada. Esses elementos podem alterar o sabor, o aroma e, principalmente, colocar a saúde do consumidor em risco. Portanto, verificar o rótulo é essencial antes de comprar qualquer marca.
Como o consumidor pode se proteger
Para evitar produtos irregulares, o consumidor deve sempre observar se o café possui registro na Anvisa e selo de pureza da Abic. Esses indicadores confirmam que o produto passou por análise e cumpre as exigências legais.
Além disso, é importante desconfiar de preços muito baixos ou embalagens que prometem efeitos terapêuticos, como “melhorar o metabolismo” ou “reduzir o colesterol”. Tais alegações exigem comprovação científica e autorização prévia.
Em caso de suspeita, o ideal é comunicar a vigilância sanitária local ou o Procon. Dessa forma, o consumidor contribui para impedir que produtos falsificados ou perigosos continuem sendo vendidos.
As proibições de 2025 mostram que o mercado de café brasileiro ainda precisa de atenção constante. Embora a maioria das marcas atenda às normas, casos como esses reforçam a necessidade de fiscalização e transparência.
Graças à atuação da Anvisa e do Ministério da Agricultura, o país mantém o compromisso de garantir segurança alimentar e qualidade. Ao mesmo tempo, os consumidores aprendem a valorizar marcas confiáveis e a verificar sempre a origem dos produtos.
Com medidas rigorosas e informação acessível, o Brasil segue protegendo a tradição e a credibilidade do seu café — um dos mais amados do mundo.
