Nubank enfrenta crise após demissões por discussão sobre redução do trabalho remoto

Nubank adota regime híbrido e enfrenta protestos internos

O Nubank, tradicionalmente conhecido pelo trabalho remoto, anunciou recentemente a adoção de um modelo híbrido que entrará em vigor a partir de julho de 2026. A decisão prevê que os funcionários compareçam ao escritório dois dias por semana, aumentando para três dias em janeiro de 2027. A mudança, no entanto, gerou protestos durante um evento com o CEO David Vélez e resultou na demissão de 12 colaboradores.

Contexto da mudança

A empresa vinha operando majoritariamente de forma remota desde sua criação. O novo modelo híbrido busca equilibrar produtividade, colaboração presencial e custos operacionais. Segundo Vélez, o trabalho remoto integral apresenta “custos invisíveis”, apesar de seus benefícios claros. Ele afirmou que a transição foi planejada para permitir adaptação gradual, além de incluir planos de expansão e reforma de escritórios.

Apesar do anúncio antecipado, alguns funcionários demonstraram surpresa e descontentamento. Durante a apresentação do CEO, o chat corporativo no Zoom foi usado para protestos e pedidos para manter o regime remoto. A situação evidencia o desafio de equilibrar expectativas de funcionários e decisões estratégicas de gestão.

Reações internas e protestos

O uso do chat corporativo para expressar insatisfação rapidamente ganhou atenção da diretoria. Os funcionários questionaram a necessidade do retorno presencial, especialmente considerando que muitas áreas já demonstravam produtividade remota consistente.

O Nubank, por sua vez, considerou alguns comentários “inaceitáveis” e “desrespeitosos”, resultando na demissão de 12 colaboradores. A empresa reforçou que não tolera violações de conduta em seus canais corporativos, mesmo durante debates sobre políticas internas.

Justificativa da empresa

David Vélez enfatizou que a mudança não tem como objetivo penalizar os colaboradores, mas reforçar a cultura corporativa e o engajamento presencial. Ele destacou que os custos do trabalho remoto completo incluem desafios de integração, comunicação e supervisão, que muitas vezes não são visíveis no dia a dia.

Além disso, a empresa planeja abrir novos escritórios e reformar unidades existentes para receber os colaboradores de maneira adequada. O CEO ressaltou que a transição será gradual, dando tempo para que equipes e gestores se adaptem às novas regras.

Impacto no clima organizacional

A decisão e as demissões subsequentes geraram debates internos sobre transparência, respeito e direitos trabalhistas. Alguns funcionários afirmam que a medida pode impactar a motivação e a retenção de talentos, especialmente em áreas que já enfrentam sobreposição de metas e carga de trabalho elevada.

Recentemente, a companhia também enfrentou discussões com sindicatos sobre sobrecarga, metas abusivas e cortes em setores como operações de fraude. Esses fatores contribuem para um clima organizacional sensível e reforçam a necessidade de estratégias de comunicação eficazes durante mudanças estruturais.

Comunicação e gestão de crises

O episódio evidencia a importância de gestão de comunicação interna em grandes empresas de tecnologia. Embora Vélez tenha fornecido explicações detalhadas sobre o motivo da mudança e o plano de adaptação, a reação dos funcionários mostra que engajamento e escuta ativa são fundamentais para minimizar conflitos.

Especialistas em gestão afirmam que transições de modelo de trabalho devem ser conduzidas com diálogo constante, flexibilização e canais de feedback que permitam opiniões sem que isso resulte em penalidades imediatas.

Perspectivas futuras

O Nubank segue comprometido com o modelo híbrido e pretende avaliar continuamente o impacto sobre produtividade, engajamento e bem-estar. A empresa reforça que decisões futuras buscarão equilibrar necessidades estratégicas com expectativas de colaboradores.

Apesar das controvérsias, a iniciativa pode servir de referência para outras companhias do setor financeiro e de tecnologia que ainda operam remotamente. A experiência do Nubank evidencia que mudanças culturais e estruturais exigem planejamento, comunicação transparente e políticas claras de conduta.

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