O cenário corporativo da Apple começou a mudar com mais força nos últimos meses. Segundo fontes mencionadas pelo Financial Times, a empresa intensificou as discussões internas sobre a sucessão de Tim Cook, que pode deixar o cargo de CEO já em 2026. Embora a Apple não confirme publicamente esses movimentos, a quantidade de informações que circula indica que a transição pode estar mais próxima do que muitos imaginam.
Por que o assunto ganhou força agora
De acordo com executivos que acompanham o processo, a Apple elevou a urgência das conversas nas últimas semanas. Mesmo assim, vale destacar que o debate não tem relação com o desempenho atual da companhia. Pelo contrário, o final de 2025 deve ser muito positivo, principalmente por causa das vendas do iPhone, que continuam impulsionando o faturamento global.
Ainda assim, Tim Cook, hoje com 65 anos, está há mais de 14 anos no cargo. Além disso, em diversas entrevistas anteriores, ele afirmou que a Apple possui planos sucessórios detalhados e que tende a priorizar um sucessor interno, seguindo a filosofia que sempre orientou a empresa.
Apple quer esperar o balanço de janeiro
Um ponto importante envolve o calendário financeiro da empresa. Segundo informações mencionadas pelo FT, a Apple prefere evitar qualquer anúncio formal antes do balanço de janeiro, considerado o relatório mais relevante do ano. Essa estratégia busca evitar turbulências no mercado e garantir que investidores continuem focados nos números e nas perspectivas da empresa.
Esse cuidado faz sentido porque Tim Cook esteve à frente de uma das maiores transformações da história da Apple. Quando assumiu o cargo em 2011, após a saída de Steve Jobs, a companhia valia cerca de US$ 350 bilhões. Hoje, supera a marca de US$ 4 trilhões, algo inédito no setor de tecnologia. Portanto, a transição exige cautela, planejamento e comunicação precisa.
John Ternus: o favorito para substituir Tim Cook
Entre todos os nomes analisados, o mais forte atualmente é John Ternus, atual vice-presidente sênior de engenharia de hardware. Ele é visto dentro da própria Apple como o sucessor natural. Sua reputação cresceu significativamente nos últimos anos, especialmente pela forma como liderou o desenvolvimento de produtos essenciais, como o iPhone, o iPad e os Macs com chips Apple Silicon.
Ternus também foi ganhando posição à medida que mudanças internas começaram a ocorrer. O ex-COO Jeff Williams, durante muito tempo considerado o herdeiro direto do cargo de CEO, passou a transferir diversas responsabilidades para outros executivos. Essa transição abriu espaço para que Ternus se tornasse mais influente dentro do núcleo estratégico da empresa.
Rearranjo no topo da liderança fortalece Ternus
Outra mudança importante foi a saída do histórico CFO Luca Maestri, que atuou como uma figura central nas decisões financeiras desde 2014. Sua saída abriu espaço para Kevan Parekh, que assumiu o cargo e ajudou a redesenhar a estrutura da alta liderança.
Essas trocas internas ocorrem justamente em um momento em que a Apple precisa equilibrar inovação, transição tecnológica e novos segmentos de mercado. Como resultado, o fortalecimento de Ternus dentro do núcleo executivo se tornou ainda mais evidente.
Por que John Ternus agrada ao conselho
Há vários motivos que tornam Ternus um candidato sólido. O primeiro é sua longa experiência dentro da área de hardware, que sempre foi o coração da Apple. Além disso, ele possui um perfil técnico profundo, mas também consegue dialogar bem com outras áreas estratégicas, especialmente design e operações.
Outro ponto que pesa a favor dele é sua postura discreta. Ao longo dos últimos anos, Ternus se consolidou como alguém que entende profundamente o ecossistema da Apple. Ele também mantém um estilo de comunicação alinhado com a cultura da empresa, o que facilita sua aceitação interna.
O momento ideal para a transição
Segundo estimativas mencionadas por especialistas próximos ao setor, a Apple considera que o início de 2026 pode ser o momento mais adequado para realizar a troca. Essa data permitiria que o novo CEO se preparasse com antecedência para os dois maiores compromissos anuais da Apple. O primeiro é a WWDC, evento marcado para junho, quando novidades de software são reveladas. O segundo é o lançamento da próxima geração do iPhone, que tradicionalmente ocorre em setembro.
Com esse cronograma, o novo líder chegaria aos principais palcos da Apple já familiarizado com as decisões estratégicas para o ano. Assim, a transição teria impacto mínimo nas expectativas do mercado e na estabilidade das equipes internas.
Tim Cook: legado e impacto em números
A saída de Cook, quando confirmada, marcará o fim de uma das gestões mais estáveis da história da empresa. Embora Steve Jobs tenha comandado a fase mais revolucionária da Apple, Cook foi o responsável por transformá-la na maior empresa de tecnologia do mundo. Durante seu comando, a Apple ampliou suas linhas de produto, fortaleceu o ecossistema de serviços e expandiu a presença global.
Outro ponto relevante é a forma como Cook conduziu a empresa durante períodos de crise. Ele atravessou pandemia, escassez global de chips e pressões crescentes sobre privacidade e regulação. Ainda assim, manteve crescimento e recordes de faturamento.
O que esperar da Apple nos próximos anos
A sucessão é apenas parte de um cenário mais amplo. Nos próximos anos, a Apple precisará lidar com desafios importantes. Entre eles estão a entrada definitiva na era da inteligência artificial, as pressões por maior abertura do ecossistema, o avanço de concorrentes como Samsung e Huawei e a necessidade de inovar em produtos que definam o futuro da marca.
Ainda assim, a estrutura que Cook ajudou a construir oferece uma base extremamente sólida. Isso significa que, embora a transição seja um marco significativo, não deve representar instabilidade para os consumidores. Pelo contrário, a expectativa é que a Apple continue avançando em inovação com um novo rosto à frente.
Conclusão: o fim de uma era está perto, mas não é abrupto
Embora nada esteja oficialmente confirmado, o conjunto de informações aponta para uma transição planejada, organizada e estratégica. A era Tim Cook se aproxima do final, mas seu legado permanecerá como um dos mais importantes da história da Apple. John Ternus, por sua vez, surge como o nome mais preparado para assumir o comando e conduzir a empresa rumo às próximas décadas.
