Rede de motéis e empresas movimentaram R$ 450 milhões em quatro anos
A Receita Federal e o Ministério Público de São Paulo descobriram que o PCC usou cerca de 60 motéis para lavar dinheiro de 2020 a 2024. Os motéis declararam receitas incompatíveis com o valor movimentado, o que deixou as autoridades em alerta para atividades ilícitas.
Compras milionárias evidenciam lavagem de dinheiro
Dentre os bens adquiridos, destacam-se um iate de 23 metros, um helicóptero Augusta A109E e um Lamborghini Urus. A rede também investiu em terrenos e imóveis avaliados em dezenas de milhões de reais. A Receita acredita que esses bens representem apenas uma fração do patrimônio real do grupo.
Esquema de lucros falsos e atuação em outros setores
Restaurantes instalados dentro dos motéis atuavam com CNPJs próprios, distribuindo lucros de forma fraudulenta. Um desses estabelecimentos declarou receita de R$ 6,8 milhões e distribuiu R$ 1,7 milhão em lucros num período recente. Além disso, o grupo ampliou operações para lojas de franquias e construção civil, aumentando a complexidade das fraudes.
Ligação com crimes no mercado ilegal de combustíveis
Flávio Silvério Siqueira, conhecido como Flavinho, chefia o esquema ligado ao mercado de combustíveis adulterados. Postos vinculados a ele movimentaram bilhões em vendas, mas pagaram tributos mínimos, configurando um grande rombo fiscal. A Receita trabalha para mapear toda a rede e impedir a continuidade dos crimes.
Operação Spare: cumprimento de mandados e investigação em andamento
Na Operação Spare, as autoridades cumpriram 25 mandados em São Paulo e região. Mais de 190 agentes participaram da ação, que resultou em apreensão de documentos, celulares e dinheiro. A operação continua investigando a lavagem de dinheiro feita pelo PCC, atuando também em combustíveis e jogos de azar.