Melatonina: uso prolongado pode aumentar risco de insuficiência cardíaca e morte, aponta estudo

Um estudo apresentado pela American Heart Association (AHA) revelou que o uso contínuo da melatonina pode aumentar o risco de insuficiência cardíaca, hospitalização e morte em pessoas com insônia crônica. A pesquisa foi divulgada nesta segunda-feira (3), durante o congresso anual da entidade, e analisou dados de mais de 130 mil pacientes ao longo de cinco anos.

Uso prolongado da melatonina e riscos para o coração

Os pesquisadores descobriram que quem usava melatonina de forma contínua apresentava maior probabilidade de desenvolver doenças cardíacas. Segundo o cardiologista Dr. Nnadi, os resultados surpreenderam porque o suplemento é frequentemente considerado seguro e natural para dormir. Entretanto, o estudo mostrou que o uso prolongado pode afetar negativamente o sistema cardiovascular.

Além disso, os cientistas ressaltaram que, embora o estudo ainda não comprove uma relação direta entre o suplemento e os danos cardíacos, ele reforça a necessidade de acompanhamento médico antes de iniciar ou manter o uso por longos períodos.

Como a melatonina atua no corpo

A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal, no centro do cérebro. Ela controla o ciclo do sono e indica ao corpo quando é hora de descansar. À noite, sua produção aumenta; pela manhã, diminui. Essa oscilação natural regula o ritmo biológico e influencia funções como metabolismo, digestão e imunidade.

Quando o corpo produz o hormônio naturalmente, chamamos de melatonina endógena. Já a versão sintética, conhecida como melatonina exógena, é fabricada em laboratório e vendida como comprimidos ou cápsulas. Apesar de ser acessível, o consumo sem orientação pode causar desequilíbrios hormonais e afetar a saúde do coração.

Quando o uso é indicado

De acordo com a médica Dalva Poyares, especialista em Medicina do Sono, a melatonina deve ser usada apenas em situações específicas, como:

  • Transtorno do espectro autista (TEA), para auxiliar na regulação do sono;
  • Deficiência visual, ajudando a sincronizar o ciclo sono-vigília;
  • Distúrbios do ritmo circadiano, quando o corpo libera o hormônio fora do horário adequado.

Ainda assim, ela destaca que o suplemento não deve substituir tratamentos médicos para insônia. Desde 2021, a Anvisa permite a comercialização da melatonina no Brasil como suplemento alimentar, sem necessidade de receita. No entanto, o uso sem controle aumenta os riscos de efeitos adversos.

Riscos do uso sem prescrição

Usar melatonina em excesso ou por tempo prolongado pode provocar diversos efeitos colaterais. Entre os sintomas mais comuns estão:

  • Sonolência diurna;
  • Tontura e dores de cabeça;
  • Náuseas e pesadelos;
  • Fadiga constante e dificuldade de concentração.

Essas reações mostram que o corpo pode estar recebendo doses acima do necessário, o que desregula o sono natural e interfere no funcionamento do coração. Além disso, o uso contínuo pode reduzir a produção natural do hormônio, tornando o organismo dependente do suplemento para dormir.

Como aumentar a melatonina de forma natural

Antes de recorrer a comprimidos, é possível estimular a produção natural de melatonina por meio de mudanças simples de rotina. Algumas ações eficazes incluem:

  • Tomar sol durante o dia, para regular o relógio biológico;
  • Diminuir as luzes à noite, facilitando a liberação natural do hormônio;
  • Evitar telas e eletrônicos duas horas antes de dormir;
  • Manter horários regulares para deitar e acordar;
  • Evitar cafeína e álcool no período noturno.

Essas práticas ajudam o corpo a produzir melatonina de maneira equilibrada, promovendo um sono melhor sem necessidade de suplementação.

Os dados apresentados pela American Heart Association mostram que o uso prolongado da melatonina não é isento de riscos. Embora o suplemento possa ser útil em casos específicos, o consumo contínuo e sem orientação médica aumenta as chances de problemas cardíacos e outras complicações.

Portanto, quem sofre com insônia deve consultar um médico especialista e buscar alternativas naturais para melhorar o sono. Com hábitos saudáveis e acompanhamento profissional, é possível dormir bem e preservar a saúde do coração.

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