A Meta conquistou nesta terça-feira (18) uma importante vitória judicial nos Estados Unidos. A ação movida pelo governo buscava reverter as aquisições do Instagram e do WhatsApp, realizadas pelo Facebook na década passada.
O juiz federal James Boasberg decidiu que a Meta não detém um monopólio no mercado de redes sociais, encerrando, ao menos por enquanto, uma das maiores operações antitruste contra big techs dos últimos anos.
Vitória histórica para as big techs
A decisão marca a primeira vitória decisiva das grandes empresas de tecnologia contra a Comissão Federal de Comércio (FTC) dos EUA. A operação antitruste começou ainda no primeiro mandato do presidente Donald Trump e também envolve outras gigantes, como a Amazon.
A FTC buscava obrigar a Meta a se reestruturar ou até vender o Instagram e o WhatsApp para permitir maior concorrência no mercado de redes sociais. A agência alegou que a empresa teria gasto bilhões de dólares em aquisições para eliminar rivais potenciais.
Compras estratégicas de plataformas rivais
O Facebook adquiriu o Instagram em 2012 e, dois anos depois, comprou o WhatsApp. Na época, a FTC não tentou bloquear os acordos. No entanto, em 2020, a agência processou a empresa, argumentando que o Facebook — então nome da Meta — detinha monopólio sobre plataformas usadas nos EUA para compartilhar conteúdo entre amigos e familiares.
Segundo a FTC, os concorrentes diretos da Meta seriam aplicativos como Snapchat e MeWe, enquanto redes como X, TikTok, YouTube e Reddit foram consideradas diferentes, por focarem em conteúdo público ou interesses compartilhados.
Durante o julgamento, a FTC citou declarações internas do Facebook, incluindo um e-mail de 2008 em que o CEO Mark Zuckerberg afirmava: “é melhor comprar do que competir”.
Argumentos da Meta
A Meta rebateu as acusações, destacando que a FTC ignorou a crescente concorrência de plataformas como TikTok, YouTube e o aplicativo de mensagens da Apple. A empresa também defendeu as aquisições, afirmando que comprar empresas inovadoras em vez de desenvolver produtos concorrentes é uma prática legítima de negócios.
O juiz Boasberg concordou em grande parte com a Meta, ressaltando que o mercado de redes sociais mudou consideravelmente desde os dias em que o Facebook era usado principalmente para atualizações de status pessoais. “O cenário que existia há apenas cinco anos, quando a Comissão Federal de Comércio abriu este processo antitruste, mudou de forma acentuada”, disse o magistrado.
Repercussão e impacto no mercado
Após a decisão, a Meta destacou que seus produtos são “benéficos para as pessoas e para os negócios, e exemplificam a inovação e o crescimento econômico americano”. A empresa ainda reforçou que pretende continuar investindo nos Estados Unidos e manter parcerias com o governo.
As ações da Meta reagiram positivamente à notícia, reduzindo perdas e caindo apenas 0,3%, para US$ 600,37, nas negociações da tarde. A FTC não se pronunciou imediatamente sobre a decisão quando questionada pela imprensa.
Implicações futuras
Embora a Meta tenha vencido a disputa, especialistas alertam que o resultado não encerra totalmente a pressão regulatória sobre as big techs. A operação antitruste da FTC continua ativa, e outras ações podem ser movidas para monitorar práticas de aquisição e competitividade no setor de tecnologia.
Além disso, o caso reforça a importância de avaliar como mudanças rápidas no mercado digital podem impactar decisões legais antigas. O processo deixa claro que, para autoridades e empresas, a inovação tecnológica e a concorrência continuam a ser pontos críticos de análise.
