NASA e Blue Origin adiam missão a Marte após novo contratempo climático

A NASA e a Blue Origin adiaram novamente o lançamento da missão ESCAPADE, que seria realizada neste domingo (9), devido às condições climáticas desfavoráveis na Flórida. O foguete New Glenn, de propriedade de Jeff Bezos, estava programado para decolar às 16h45 (horário de Brasília), partindo da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral. No entanto, os fortes ventos e o céu nublado impediram o lançamento, que acabou cancelado após sucessivos adiamentos.

Inicialmente, a empresa remarcou o voo para 17h18. Porém, cerca de 20 minutos antes do novo horário, o cronômetro foi pausado por causa de um possível problema técnico na plataforma de lançamento. Mais tarde, a Blue Origin informou que faria uma nova tentativa às 18h12. Contudo, por volta das 18h16, o adiamento foi confirmado de forma definitiva, citando novamente o mau tempo como causa principal. Até o momento, a empresa não divulgou uma nova data.

Primeira missão marciana da NASA em cinco anos

A missão ESCAPADE seria o primeiro envio da NASA para Marte em mais de cinco anos. A última vez que a agência enviou uma nave ao planeta foi em julho de 2020, com o rover Perseverance e o helicóptero Ingenuity.

O novo projeto, desenvolvido em parceria com a Universidade da Califórnia em Berkeley, utiliza duas sondas gêmeas — Blue e Gold — criadas pela Rocket Lab. Elas têm como objetivo investigar a forma como o vento solar interage com o campo magnético e a atmosfera superior de Marte. Essa análise pode ajudar a explicar por que o planeta perdeu grande parte de sua atmosfera original e se tornou inóspito para a vida.

Um passo para o futuro das viagens espaciais

Além de seu valor científico, a missão também marca um passo importante para o foguete New Glenn, que está em fase de testes e será reutilizável, assim como os modelos da SpaceX. Depois de lançar as cargas úteis em uma trajetória de escape, o primeiro estágio do foguete deveria retornar à Terra e pousar de forma controlada em uma balsa no oceano Atlântico. Essa técnica visa reduzir custos e aumentar a frequência de lançamentos no futuro.

Segundo Rob Lillis, pesquisador responsável pela missão, os dados obtidos pela ESCAPADE podem ajudar a proteger futuras tripulações humanas em Marte. “Faremos medições que permitirão compreender melhor as tempestades solares, capazes de colocar em risco astronautas na superfície marciana ou em órbita”, afirmou o cientista em comunicado.

Além disso, a trajetória da missão é considerada inovadora. Diferente das viagens tradicionais, que ocorrem apenas durante janelas ideais de dois em dois anos, a ESCAPADE seguirá uma rota alternativa. Inicialmente, ela permanecerá por cerca de um ano próxima ao ponto de Lagrange L2, entre a Terra e o Sol. Depois, em 2026, fará um sobrevoo da Terra para ajustar sua rota e chegar a Marte em 2027, permanecendo lá por aproximadamente 11 meses.

Inovação na rota e impacto científico

De acordo com Jeffrey Parker, diretor de tecnologia da empresa Advanced Space, essa trajetória representa um avanço notável. “Estamos testando uma nova maneira de chegar a Marte, mesmo quando os planetas não estão alinhados. Isso pode mudar completamente o planejamento de futuras missões interplanetárias”, explicou.

Além da missão principal, o NG-2, nome dado ao segundo voo do New Glenn, também testará sistemas de comunicação desenvolvidos pela Viasat. Esse experimento, batizado de InRange, utiliza uma rede global de satélites em banda L para manter contato com o controle em solo, mesmo fora do alcance das antenas terrestres. O objetivo é criar um sistema de comunicação mais seguro e eficiente, o que seria essencial para operações de longa distância.

Paralisação e desafios adicionais

Os desafios enfrentados pela Blue Origin não se limitam ao clima. A Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos suspendeu temporariamente lançamentos diurnos devido à paralisação parcial do governo americano. Como consequência, a empresa só poderá realizar decolagens durante a noite, entre 22h e 6h.

Essa paralisação também afeta a própria NASA, que está operando com apenas 5% de sua força de trabalho ativa. Mesmo assim, a Blue Origin manteve a transmissão do evento e segue otimista quanto a uma nova tentativa em breve.

O futuro da Blue Origin e o impacto para a exploração espacial

A missão ESCAPADE era inicialmente prevista para outubro do ano passado. No entanto, atrasos no desenvolvimento do New Glenn forçaram a substituição do veículo e o reagendamento da operação. O primeiro voo, realizado em janeiro, transportou apenas uma carga de demonstração tecnológica e não chegou a levar satélites.

Com o NG-2, a Blue Origin busca consolidar a confiabilidade do foguete e se aproximar de sua meta: competir diretamente com a SpaceX no transporte de cargas e missões interplanetárias. Além disso, a empresa planeja realizar lançamentos regulares para a NASA e clientes privados, abrindo uma nova fase de exploração espacial.

Apesar dos contratempos, o entusiasmo da equipe permanece. Para especialistas, o sucesso da missão ESCAPADE poderá abrir caminho para uma nova era de lançamentos flexíveis e econômicos rumo a Marte. A partir dessa tecnologia, a NASA espera reduzir custos e acelerar o cronograma de futuras expedições tripuladas.

Com tantos avanços e desafios, a cooperação entre NASA e Blue Origin representa não apenas uma etapa científica, mas também um marco na história da exploração espacial. Agora, o mundo aguarda a nova data de lançamento, na expectativa de ver o New Glenn finalmente alcançar as estrelas e iniciar mais um capítulo da jornada humana em direção ao Planeta Vermelho.

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