Tesla acumula novos acidentes com robô-táxi e reacende debate sobre segurança da tecnologia

A Tesla voltou ao centro das discussões sobre segurança após registrar três novos acidentes envolvendo seu robô-táxi em Austin, no Texas. Com os novos casos, o total de ocorrências desde o início do serviço chegou a sete. Os veículos ainda circulam com supervisores no banco do passageiro, e cada incidente precisa ser comunicado à NHTSA, agência responsável pela segurança veicular nos Estados Unidos.

Os episódios mais recentes ocorreram em setembro. Um deles envolveu a colisão com um animal. Outro caso registrou um acidente com um ciclista, que resultou em danos materiais. O terceiro incidente foi uma batida com um carro que manobrava em marcha a ré. Não houve feridos em nenhuma das situações. Mesmo assim, analistas se preocupam com a frequência dos eventos, ainda mais porque a frota percorreu uma distância estimada em apenas 300 mil milhas.

Para comparação, motoristas humanos se envolvem em uma colisão a cada 700 mil milhas, segundo estatísticas gerais. Por isso, especialistas veem a taxa da Tesla como alta, mesmo considerando o caráter experimental do serviço.

Falta de transparência impede avaliação completa

Além do número de acidentes, a forma como a Tesla relata os incidentes também causa controvérsia. A empresa envia à NHTSA documentos com trechos amplamente redigidos, principalmente no campo em que deveria explicar o que aconteceu em cada colisão. Essa prática impede que pesquisadores e o público entendam o contexto dos acidentes e dificulta avaliações independentes.

Outras empresas seguem caminho oposto. A Waymo divulga relatórios completos e detalhados. Assim, o público consegue identificar que muitos incidentes não se devem ao sistema autônomo. No caso da Tesla, a ausência de informações impede conclusões claras e alimenta dúvidas sobre o desempenho do software.

Críticos destacam que os veículos operam com supervisores humanos e um botão de intervenção rápida. Mesmo assim, a taxa de colisões permanece elevada. Para analistas, a dúvida principal é quantos acidentes teriam acontecido caso os supervisores não estivessem dentro do carro.

Tesla fica atrás na corrida por autonomia plena

A presença constante de supervisores também evidencia uma diferença importante entre a Tesla e seus concorrentes. Embora a empresa reforce que está avançando na direção autônoma, sua frota ainda não opera sem intervenção humana. A Waymo, por exemplo, já acumula centenas de milhões de milhas rodadas com carros totalmente autônomos.

Esse contraste revela que a Tesla pode estar em um estágio menos avançado do que sugere. O número crescente de acidentes e a necessidade de supervisão contínua reforçam essa percepção.

O que já foi identificado nos relatórios

Mesmo com redações extensas, alguns detalhes sobre os acidentes podem ser identificados:

  • colisão com carro enquanto o robô-táxi seguia em linha reta;
  • batida contra objeto fixo ao fazer conversão à esquerda;
  • acidente com um SUV em julho, com danos materiais;
  • colisão com objeto fixo que causou lesão leve, sem hospitalização;
  • incidente com ciclista;
  • colisão com carro em marcha a ré;
  • batida com um animal em via pública.

A variedade dos episódios indica que os desafios envolvem mais de um tipo de situação. Acidentes repetidos contra objetos fixos, por exemplo, sugerem falhas de percepção ou de tomada de decisão.

Expansão rápida gera preocupação

A Tesla demonstra interesse em acelerar a expansão do robô-táxi para outras cidades dos Estados Unidos. Entretanto, a série de acidentes registrada em poucas milhas rodadas preocupa especialistas. Para eles, a empresa ainda não demonstra o nível de segurança necessário para uma operação ampla.

Carros autônomos precisam acumular um histórico robusto de rodagem com índices de acidentes menores que os dos motoristas humanos. Ainda não é o caso da Tesla. A comparação com concorrentes mais transparentes reforça a diferença entre as abordagens.

Pressão por mais clareza deve aumentar

Com novos incidentes sendo divulgados, cresce a pressão por transparência. A falta de informações claras impede que o público compreenda os riscos reais. Mesmo sem feridos graves, os acidentes repetidos já são suficientes para gerar dúvidas sobre a tecnologia e sobre a velocidade com que a empresa deseja expandir o serviço.

Enquanto isso, o robô-táxi permanece no centro da estratégia da Tesla. Por isso, a forma como a empresa lida com a segurança e com a comunicação tende a influenciar diretamente sua posição no mercado de veículos autônomos.

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