Elize Matsunaga volta aos holofotes após série “Tremembé” e gera nova onda de debates
O lançamento da série “Tremembé”, no Prime Video, reacendeu o interesse público por um dos casos criminais mais marcantes do país. A produção, que retrata o cotidiano da penitenciária de mesmo nome, trouxe novamente à tona a história de Elize Matsunaga, condenada pelo assassinato e esquartejamento do marido, Marcos Matsunaga, em 2012.
Após a estreia, Elize voltou a se pronunciar publicamente por meio de um vídeo que viralizou nas redes sociais. Nele, ela afirma acreditar que foi perdoada por Marcos e agradece o apoio recebido de seguidores e espectadores da série.
O pronunciamento que gerou repercussão nacional
No vídeo, que rapidamente ganhou milhões de visualizações, Elize Matsunaga aparece emocionada, falando sobre arrependimento e fé. “Eu acredito que o Marcos já me perdoou. Peço por ele em todas as minhas orações, isso é o mínimo que eu posso fazer”, disse.
A declaração dividiu opiniões. Enquanto alguns usuários demonstraram empatia, destacando o tom de arrependimento, outros criticaram o fato de Elize voltar a ganhar visibilidade pública após um crime de tamanha brutalidade. A comoção nas redes sociais se intensificou, e o vídeo passou a ser um dos temas mais comentados da semana.
A série “Tremembé” e a polêmica da dramatização de crimes reais
A produção “Tremembé”, lançada em outubro de 2025, é um drama inspirado em fatos reais e ambientado na penitenciária de mesmo nome, famosa por abrigar detentos de casos de grande repercussão, como Suzane von Richthofen e o casal Nardoni.
A série aborda o sistema prisional sob uma ótica humana, expondo dilemas, convivência e relações entre presas. Um dos enredos mais comentados envolve o triângulo amoroso entre Elize Matsunaga e uma detenta conhecida como “Sandrão”, personagem que teria sido inspirada em eventos relatados por ex-colegas de cela.
Críticos destacam que, embora o seriado tenha valor artístico, ele levanta questões éticas sobre a exposição de crimes reais e o limite entre entretenimento e exploração da dor alheia.
O debate sobre o perdão e a ressocialização
Desde que obteve liberdade condicional, em 2022, Elize tenta reconstruir sua vida longe da mídia. Atualmente, trabalha como motorista de aplicativo no interior de São Paulo e vive sob supervisão judicial.
A nova repercussão trouxe novamente à tona o debate sobre ressocialização e perdão. Especialistas em psicologia criminal destacam que o caso de Elize é um exemplo de como a sociedade ainda tem dificuldade em lidar com o processo de reintegração de pessoas que cometeram crimes graves.
Nas redes, muitos questionam se figuras públicas condenadas deveriam ter espaço em produções audiovisuais ou se isso representa uma forma de reabrir feridas sociais e familiares.
Reações e críticas à exposição midiática
A aparição de Elize gerou forte reação entre familiares de vítimas e grupos que lutam por justiça criminal. Alguns apontam que sua presença em debates e documentários pode ser interpretada como tentativa de autopromoção, enquanto outros defendem que ouvir sua versão contribui para discussões mais amplas sobre violência doméstica e emocional.
A própria Prime Video ainda não se pronunciou oficialmente sobre o impacto das declarações de Elize nas redes. No entanto, fontes próximas à produção afirmam que a série não busca glorificar crimes, mas retratar as complexas realidades humanas por trás das grades.
A trajetória de um dos casos mais comentados do Brasil
O crime cometido em 2012 chocou o país pela brutalidade. Elize matou e esquartejou o marido, Marcos Matsunaga, então executivo da Yoki, após descobrir uma traição. O caso ganhou enorme repercussão na mídia e gerou documentários, livros e entrevistas, consolidando-se como um dos episódios criminais mais emblemáticos da década.
Condenada a 19 anos e 11 meses de prisão, Elize cumpriu parte da pena em regime fechado na Penitenciária de Tremembé, em São Paulo, até receber o benefício da liberdade condicional por bom comportamento.
Entre o perdão e a memória
A polêmica em torno do vídeo e da série “Tremembé” mostra que, mesmo anos após o crime, a história de Elize Matsunaga continua provocando reações intensas. O pronunciamento reacende reflexões sobre culpa, perdão, fé e a exposição midiática de tragédias reais.
Entre o julgamento público e a tentativa de recomeço, Elize se mantém em uma linha tênue entre o arrependimento e a lembrança de um passado que o país ainda não esqueceu.
