O depoimento de Andreas von Richthofen, irmão de Suzane von Richthofen, voltou a repercutir nas redes sociais após o lançamento da série “Tremembé”, do Prime Video. O relato, feito em 2006 durante o julgamento do caso, revelou detalhes inéditos sobre a relação entre os irmãos e reforçou a falta de perdão de Andreas pela morte dos pais, Manfred e Marísia von Richthofen, assassinados em 2002.
A fala que expôs a ruptura definitiva entre os irmãos
Em um dos momentos mais aguardados do julgamento, Andreas prestou depoimento por mais de três horas. Segundo registros da época, ele afirmou não acreditar no arrependimento de Suzane e deixou claro que nunca a perdoaria. “Ela destruiu nossa família. Não existe como perdoar isso”, declarou.
Durante o testemunho, Andreas também desmentiu versões apresentadas pela irmã, dizendo que Suzane o chantageava emocionalmente e mentia sobre ter renunciado à herança. De acordo com ele, a condenada chegou a exigir a contagem detalhada dos bens da família — de móveis a utensílios domésticos — e tentou influenciar a divisão dos cerca de R$ 2 milhões deixados pelos pais.
Detalhes do julgamento e revelações inéditas
O jovem, que na época tinha apenas 16 anos e estudava na USP, surpreendeu o tribunal com a firmeza de suas declarações. Ele negou que a irmã estivesse sob efeito de drogas na noite do crime e confirmou que a arma usada nos assassinatos, encontrada escondida dentro de um urso de pelúcia, pertencia a Suzane.
Foi a primeira vez que Andreas falou publicamente sobre o caso — um momento que marcou profundamente o julgamento e expôs ao público a ruptura definitiva entre os irmãos.
Um depoimento marcado por emoção e frieza
O relato de Andreas foi descrito pela imprensa como um dos mais emocionantes e dolorosos do processo. Em diversos trechos, ele demonstrou indignação e tristeza, mas manteve a serenidade ao relembrar os acontecimentos.
Segundo ele, Suzane tentou manipulá-lo até mesmo após ser presa, pedindo apoio e tentando preservar seus direitos sobre a herança. “Ela chegou a me obrigar a escrever uma carta dizendo que eu estava ao lado dela. Fiz isso porque estava em choque, mas foi uma chantagem emocional”, revelou.
A relação de Andreas com Suzane e Daniel Cravinhos
Antes do crime, Andreas mantinha uma relação próxima com a irmã e também com Daniel Cravinhos, namorado dela e um dos executores do duplo homicídio. Ele contou que Daniel o apresentou ao uso de maconha e que, por um período, acreditava na versão de Suzane sobre conflitos com os pais.
Com o passar do tempo e o avanço das investigações, Andreas compreendeu a dimensão do crime e se afastou completamente da irmã, rompendo qualquer vínculo emocional. Ele afirmou ainda que Suzane chegou a procurá-lo anos depois, visitando o bairro onde morava com o tio. “Dizem que ela é psicopata. Não sei. Mas de uma pessoa assim a gente pode esperar qualquer coisa”, declarou.
O impacto do depoimento após a série “Tremembé”
O lançamento de “Tremembé” em outubro de 2025 reacendeu o interesse público no caso Richthofen. A produção mistura ficção e fatos reais, retratando a rotina de presas conhecidas, como Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga e Alexandre Nardoni.
Com a série entre os conteúdos mais assistidos do Prime Video, as declarações de Andreas voltaram a circular nas redes, reacendendo o debate sobre arrependimento, perdão e o impacto psicológico do crime na família.
Para muitos espectadores, a frieza de Suzane nas dramatizações contrasta com a dor real expressa pelo irmão no tribunal, destacando o quanto o caso ainda desperta emoções intensas mesmo mais de 20 anos depois.
O bilhete e a tentativa de manipulação emocional
Um dos episódios mais simbólicos revelados por Andreas foi a existência de um bilhete escrito em 2003, no qual ele demonstrava apoio à irmã. Segundo contou, a mensagem foi feita sob pressão.
“Ela me obrigou a escrever”, disse. No texto, Andreas aparentava defender Suzane e se opunha à sua exclusão da herança — algo que, segundo ele, foi “mais uma forma de chantagem emocional”. Esse documento foi anexado aos autos do processo e marcou um dos momentos mais tristes da disputa familiar.
Um caso que ainda causa comoção nacional
Passadas mais de duas décadas desde o crime, as palavras de Andreas continuam a ecoar. Ele mantém uma vida discreta, longe dos holofotes, enquanto a irmã, Suzane von Richthofen, cumpre o restante da pena em regime aberto.
A história da família Richthofen segue sendo um dos casos criminais mais emblemáticos do Brasil, e o depoimento do irmão se tornou um marco de coragem e dor — um testemunho que revela não apenas o peso da tragédia, mas também as consequências emocionais deixadas para sempre.
