A Huawei revelou sua nova infraestrutura de inteligência artificial (IA) em um momento estratégico para o mercado global. Enquanto isso, a Nvidia enfrenta restrições severas que a mantém distante do mercado chinês de chips, abrindo espaço para a Huawei expandir sua presença no país.
A aposta da Huawei em IA e computação de alto desempenho
No evento Huawei Connect 2025, realizado em Xangai, a companhia anunciou o lançamento da série Ascend 950 com duas variantes projetadas para diferentes cargas de trabalho de IA. Esses têm memória de alta largura de banda e suporte a formatos de computação populares na China.
O primeiro chip da nova linha será lançado no início de 2026, seguido por outro no fim do ano. Em 2027 e 2028, a Huawei planeja lançar ainda mais melhorias. O vice-presidente Eric Xu enfatizou que a capacidade computacional é fundamental para o avanço da IA, principalmente na China.
O poder do superaglomerado Atlas 950
Além dos chips, a Huawei apresentou a tecnologia Atlas 950 SuperCluster , que conecta até 15.488 chips Ascend em clusters gigantescos. No total, esses sistemas poderão chegar a reunir até 1 milhão de unidades, formando o que a empresa chama de “supernós” capazes de alta performance.
De acordo com Xu, o Atlas 950 superará, em capacidade de computação, o sistema NVL144 da Nvidia que deve ser lançado em 2027. Ele também afirma que o cluster asiático terá 1,3 vez mais poder que o supercomputador xAI Colossus, de Elon Musk.
Esse anúncio representa um marco para a Huawei, que busca autonomia e liderança no mercado de IA, sobretudo em meio às avaliações e restrições impostas pelos Estados Unidos.
A situação da Nvidia na China
Desde 2019, a Nvidia está na lista de empresas proibidas de vender os chips mais avançados para a China, na medida em que visa dificultar o acesso do país a tecnologias estratégicas. Essa restrição limita a atuação da Nvidia no mercado chinês, que é um dos maiores consumidores de semicondutores do mundo.
Enquanto isso, a Huawei aproveita para fortalecer sua indústria nacional, oferecendo alternativas locais e montando infraestruturas robustas para reduzir a dependência de tecnologia estrangeira.
Perspectivas para o mercado global de IA
A iniciativa da Huawei chega em momento crucial, pois países de todo o mundo estão intensificando suas pesquisas em IA e computação na nuvem. A competição entre gigantes do setor deve aumentar, com investimento em hardware, software e arquitetura de sistemas.
Os especialistas alertam, porém, que o sucesso comercial da Huawei dependerá do desempenho real dos chips e da acessibilidade do mercado, especialmente fora da China. A Nvidia, por sua vez, mantém sua liderança em muitos segmentos graças a sua tecnologia avançada e ecossistema consolidado.
Conclusão
A Huawei confirmou a sua ambição ao anunciar chips e sistemas que prometem superar a concorrência, especialmente da Nvidia, dentro da China. Essa estratégia reforça a busca chinesa de autossuficiência tecnológica diante das restrições internacionais.
Enquanto a Nvidia enfrenta limitações para operar na China, a Huawei ganha terreno significativo, posicionando-se como pilar da infraestrutura de IA local. O desenvolvimento dessas tecnologias representa um capítulo importante para o futuro da inteligência artificial global.
