Prisão no aeroporto do Panamá
Na noite da última sexta-feira, um influenciador digital de 29 anos foi preso durante uma escala no Aeroporto Internacional do Panamá. Ele é suspeito de participar de um esquema que desviou cerca de R$ 147 milhões por meio de transferências fraudulentas via Pix, atingindo um banco e outras empresas vítimas.
Sua prisão ocorreu após uma investigação da Polícia Civil de São Paulo que o declarou foragido, com mandado de prisão temporária em vigor.
Como funcionou o golpe
A fraude aconteceu em fevereiro deste ano, utilizando a modalidade conhecida como “Pix indireto”. Nesse esquema, criminosos aproveitam credenciais de prestadoras de serviço para realizar centenas de transferências ilegais em pouco tempo — no caso, foram 607 operações numa única data, totalizando R$ 146,5 milhões.
Embora parte do dinheiro tenha sido recuperada, cerca de R$ 39 milhões ainda não foram ressarcidos, configurando prejuízo efetivo às vítimas.
A fuga e captura
Ao saber da operação policial deflagrada para sua prisão, o influenciador deixou o Brasil rumo ao Paraguai. De lá, planejava embarcar para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Durante sua escala no Panamá, tentou alterar o destino final para a Holanda, mas acabou detido pela Polícia Federal local. Atualmente, ele está custodiado no Panamá, e trâmites legais estão em curso para que seja extraditado ao Brasil para cumprir o mandado judicial.
Perfil do influenciador
Além de ser figura conhecida nas redes sociais, com mais de 800 mil seguidores, o investigado é dono de fintechs que atuam no mercado financeiro, como empresas de pagamentos e investimentos. Sua rotina de negócios e estilo de vida luxuoso são regularmente compartilhados em suas plataformas digitais.
Defesa e alegações
A defesa do influenciador declarou que a prisão no Panamá foi “ilegal e abusiva”, alegando que ele nunca foi intimado para prestar esclarecimentos e que não há mandado de prisão preventiva válido contra ele no Brasil.
Os advogados afirmam que todas as provas já foram apresentadas à Justiça paulista e que não existe indício concreto que justifique a prisão temporária.
O andamento da investigação
A operação policial que levou à detenção do suspeito está em andamento, e outras pessoas envolvidas no esquema também foram presas. A polícia continua investigando o caso para identificar todos os responsáveis pelo golpe criminoso no sistema Pix.
Considerações finais
O caso alerta para os riscos das fraudes digitais e reforça a necessidade de medidas de segurança mais efetivas no uso do Pix e outras ferramentas financeiras. Ao mesmo tempo, evidencia a complexidade das investigações que envolvem crimes financeiros internacionais e o uso indevido da influência digital para potencializar esquemas ilícitos.