Republicano critica tarifa sobre café brasileiro: medida agravaria crise do setor
Em meio à crescente tensão sobre a política agrícola brasileira, um republicano lançou uma forte crítica à proposta de tarifa sobre café. A medida, segundo o especialista, não apenas não resolveria problemas estruturais do setor, como agravaria a crise do setor e colocaria em risco a competitividade do Brasil no mercado internacional.
O que diz o republicano sobre a tarifa sobre café
O parlamentar, conhecido por sua postura defensora da livre circulação de bens, argumenta que a introdução de uma tarifa sobre café é uma medida contraproducente. Ele afirma que o Brasil já enfrenta desafios como baixa produtividade, dependência de insumos estrangeiros e desorganização logística.
Segundo ele, a tarifa aumentaria os custos de produção, especialmente para pequenos produtores que já operam com margens apertadas. “A crise do setor não é causada por falta de exportação, mas por falhas estruturais e falta de investimento em tecnologia”, destaca.
Essa crítica se insere em um contexto mais amplo: o setor de café, apesar de ser um dos principais exportadores do Brasil, está cada vez mais vulnerável às flutuações de preços e à concorrência de países como Colômbia e África do Sul.
Impactos diretos na cadeia produtiva
Uma tarifa sobre café teria efeitos imediatos na cadeia produtiva. O aumento nos custos de transporte e processamento, por exemplo, seria repercutido nos preços finais do produto.
Os produtores rurais, que já enfrentam dificuldades com acesso a crédito e tecnologia, não teriam margem para absorver esses custos. Isso geraria uma redução na produção e, consequentemente, uma queda na oferta no mercado internacional.
Além disso, a medida poderia desencadear uma reação de outros países, que poderiam retaliar com tarifas sobre outros produtos brasileiros, como soja ou açúcar — um cenário que agravaria a crise econômica já sentida no setor agropecuário.
Por que o setor está em crise?
A crise do setor não é um fenômeno recente. Ela tem raízes profundas, como a dependência de insumos importados, a baixa eficiência nas fazendas e a falta de inovação tecnológica.
Um dos principais problemas é a escassez de mão de obra qualificada. Muitos jovens optam por outras áreas, como tecnologia ou serviços, deixando o setor com uma força de trabalho envelhecida.
Além disso, a política de subsídios e apoio ao setor tem sido inconsistente. Isso gera incerteza entre os produtores, que não conseguem planejar investimentos a longo prazo.
Essa instabilidade é exatamente o que o republicano alerta: a política atual, com foco em protecionismo, não resolve a raiz do problema, mas apenas atrasa a solução.
Alternativas mais eficazes
O especialista defende uma abordagem mais equilibrada. Ele propõe investimentos em pesquisa e desenvolvimento, modernização de fazendas e políticas de formação de mão de obra qualificada.
“É possível melhorar a produtividade sem recorrer a tarifas sobre café”, afirma. “O que falta é um plano de longo prazo, não uma medida de curto prazo com efeitos colaterais.”
Outra sugestão é a criação de um sistema de preços mais transparente e previsível, que permita aos produtores planejar suas operações com segurança.