Lenovo nacionaliza storage e workstations para impulsionar a IA no Brasil

Fabricação brasileira ganha protagonismo

A Lenovo revelou que suas linhas de storage e workstations de alto desempenho passam a ser fabricadas no Brasil. O anúncio ocorreu em São Paulo e marcou um novo passo no ecossistema nacional de infraestrutura para inteligência artificial. A fábrica de Indaiatuba (SP) será a base dessa operação. O movimento reduz distâncias logísticas e aproxima empresas de máquinas capazes de lidar com grandes volumes de dados.

Foco em inferência de IA local

A companhia quer ocupar mais do que o papel de fornecedora de hardware. Ela pretende facilitar a execução local de modelos de IA. Isso reduz custos, diminui latência e amplia o controle sobre dados sensíveis. Pequenas e médias empresas ganham acesso a capacidades que antes eram exclusivas de grandes grupos.

Objetivo de fortalecer a cadeia de tecnologia

Erick Pascoalato, General Manager da Lenovo ISG Brasil, destacou que a produção nacional fortalece a cadeia brasileira de tecnologia. Segundo ele, entregar equipamentos perto de quem precisa agiliza pedidos e torna preços mais competitivos. A aproximação física, nesse caso, funciona como um atalho para destravar projetos que exigem performance avançada.

Crescimento da repatriação de dados

O anúncio ocorre num momento em que muitas empresas reconsideram o uso amplo da nuvem pública. Custos altos, proteção de informações críticas e busca por melhor desempenho reacenderam a tendência de trazer dados de volta ao ambiente local. Isso abriu espaço para infraestruturas híbridas, apoiadas por soluções robustas de armazenamento.

Storage nacionalizado como peça estratégica

A nova linha Storage DE ganhou destaque nessa mudança. Marcos Café, Diretor de Soluções de Data Storage para a América Latina, lembrou que o projeto de nacionalização estava em desenvolvimento havia três anos. Ele explicou que as demandas atuais por respostas rápidas tornaram a iniciativa indispensável. Sua fala reforçou a visão que guia o setor: dado é ouro moderno. Quem protege e processa com eficiência sai na frente.

Proximidade entre dados e processamento

Café também ressaltou que a IA depende da proximidade entre modelos e informações. Quando o processamento ocorre perto dos dados, latências caem e gargalos deixam de atrapalhar análises em tempo real. O storage produzido no Brasil surge como resposta a esse desafio, equilibrando custo, segurança e velocidade.

Planos de expansão até 2027

A Lenovo pretende ampliar sua participação no mercado até 2027. As novas unidades oferecem desempenho até três vezes maior que a geração anterior e têm suporte por sete anos. Isso garante segurança para empresas que planejam investimentos a longo prazo. O resultado é um mercado mais preparado para workloads de IA e ambientes virtualizados.

Workstations avançadas produzidas no país

Além do storage, as workstations foram destaque. Três modelos passam a ser fabricados aqui: o ThinkPad P16v Gen 3 e os desktops ThinkStation P2 Gen 2 e ThinkStation P3 Gen 2. Todos contam com GPUs NVIDIA da arquitetura Blackwell. Esses equipamentos atendem setores como engenharia, saúde, finanças e mídia, que precisam de poder gráfico elevado e cálculos complexos.

Ganho real de produtividade

Daniel Bittencourt, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Lenovo, explicou que a fabricação local reduz custos e tempo de entrega. Ele deu exemplos do impacto prático: em estúdios de vídeo, a redução no tempo de renderização pode representar o equivalente a um funcionário extra ao longo da semana. É a eficiência entrando pela porta da frente.

NVIDIA reforça a visão de futuro

Márcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da NVIDIA na América Latina, destacou que a IA só avança quando as ferramentas chegam a empresas de todos os portes. A nacionalização das workstations cria espaço para soluções brasileiras e fortalece o ecossistema local. A combinação de hardware potente e produção nacional acelera o desenvolvimento tecnológico.

PGX: o supercomputador pessoal

Mesmo sem produção nacional, o ThinkStation PGX também chamou atenção. Ele funciona como um supercomputador pessoal capaz de rodar modelos avançados de IA localmente. Isso facilita a criação de protótipos robustos antes da escala para data centers. O recurso reduz custos iniciais e acelera experimentações em áreas como pesquisa e desenvolvimento de modelos multimodais.

Impacto para o cenário tecnológico brasileiro

A Lenovo aposta que a transformação digital no Brasil depende do acesso à tecnologia avançada. A nacionalização de storage e workstations reduz barreiras e destrava projetos antes inviáveis. Com a demanda crescente por IA e análise de dados, a disponibilidade de equipamentos locais deve acelerar iniciativas que estavam paradas por questões de custo ou logística.

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